quinta-feira, 26 de abril de 2012

Concepção Moderna de Infância e Educação




    Em meados do século XV com a revolução da prensa gráfica, surge a cultura das publicações, regida por um código que precisa ser aprendido para poder ser decifrado, com isso a criança não podia mais adentrar no conhecimento adulto, e para resolver isto foi preciso inventar uma instituição para alfabetizar as crianças.
    A contribuição definitiva para a mudança moderna na concepção de infância veio do campo religioso. O catolicismo exaltou a dimensão mística da criança e propagou a devoção ao menino Jesus e a Reforma Protestante trouxe a ideia de disciplina e controle moral para as crianças.
    Jean- Jacques Rousseau foi o maior defensor da consideração da infância como uma fase peculiar e que justificou a necessidade de isolamento da criança do mundo adulto, pois segundo ele o homem é naturalmente bom, a sociedade é quem o corrompe, essa ideia adentrou na escola moderna, pois esta era um meio de isolar cada vez mais a criança durante um período de formação tanto intelectual como moral, de adestra-las graças a uma disciplina mais autoritária, e desse modo separa-las da sociedade dos adultos.
    Esta nova concepção de criança considera ela diferente dos adultos, rompendo assim a concepção anterior onde à criança era vista como um adulto pequeno.
    A invenção da prensa gráfica, as concepções religiosas sobre a criança, as mudanças econômico-sociais e politico-culturais do século XVI ao XVIII, cooperaram em conjunto para consolidar esta concepção moderna de infância, e com esta nova concepção surge às instituições de ensino. Não podemos esquecer que a educação escolar penetrou muito lentamente no Brasil, que se inicio com a chegada dos jesuítas e a prensa gráfica só chegou ao nosso território em 1808 com a vinda da Família Real portuguesa. É importante relatar que a infância chegou primeiro para as classes privilegiadas, e as classes não privilegiadas ainda em sua maioria tinha suas crianças como pequenos adultos que trabalhavam, não estudavam e que estavam imensos em parte no universo adulto já que estes não estavam alfabetizados não conseguiam entrar totalmente no universo adulto, mas com o passar dos tempos políticas públicas vão resultar na melhoria das condições de vida das criança.

História da Educação Brasileira Século XX


     A comunicação no final do século XX tornou-se ideologia inconteste predominante, neste momento seus diversos meios passaram a ocupar um lugar central na vida das pessoas. O sistema de comunicação transformou-se no principal elemento formador da subjetividade do individuo na atualidade, regulando assim a vida das pessoas pela participação em novos rituais que giram ao redor da fruição das mídias. A ideologia da comunicação, foi uma das poucas ideologias que sobreviveram no final do século XX, está penetrou todos os domicílios, tornando obrigatória a existência em interação com a maquina. A partir da Pesquisa Sobre Orçamento Familiar (2002-2003) foi detectado que os gastos com a alimentação básica e menor do que os gastos com a alimentação para o espirito, imagens e sons produzidos pelas mídias. A mídia tem grande influencia na formação da identidade. A cultura midiática tem uma influência maior nas crianças e jovens, tendo assim um efeito maior que a cultura escolar, embora que a cultura midiática promove uma educação informal. A pedagogia das mídias é a pedagogia do prazer, que apela para a satisfação do desejo, apelando para emoção, bloqueando a capacidade critica das pessoas, atuando no inconsciente, enquanto os professores, apelando para razão, são obrigados a se defrontarem com a oposição critica dos alunos. A mídia e a tecnologia contribuíram para ampliar determinados aspectos da capacidade cognitiva das crianças, apesar de alguns aspectos da inteligência terem se desenvolvido, isso não que dizer que o aluno terá um bom desempenho escolar no que diz respeito ao conteúdo do currículo tradicional. A cultura infantil esta sendo produzida por corporações com interesses comerciais, que tem ideologias que estão entranhadas e não estão explicitas, além de exercer influencia sobre a vida das crianças, esta nova cultura midiática contribui para  quebrar a autoridade dos adultos e mudar a concepção de infância, já que as crianças conseguem novamente decifrar os códigos e signos do mundo adulto. Neste mundo onde as corporações midiáticas tem grande respaldo, a escola esta sendo pressionada a rever todo o seu aparato pedagógico, juntamente no sentido do aprender fazendo que caracterizava a educação nos moldes tradicionais.

O cotidiano e a presença da escravidão no Brasil


       O trabalho escravo era utilizado em todas as atividades produtivas da colônia, o trabalho livre era pouco valorizado, pois tinha semelhança com o trabalho escravo, com isso a escravidão se tornou hegemônica diante da existência do trabalho livre.
       No século XVI, a grande lavoura açucareira, necessitava de grande quantidade de mão de obra, como o trabalho livre era inviável foi introduzido o trabalho escravo. Os primeiros escravos do Brasil foram os índios nativos, mas depois surge a preferência do escravo negro. O trafico negreiro gerava renda para a Coroa e todos os envolvidos no processo, ao contrario da escravização do índio, que só dava lucro aos que os escravizavam, além do que, o Estado e a Igreja reprimiam a escravidão do índio.
       A escravidão estava entranhada na vida social, cultural e econômica da colônia. A mentalidade da época via a escravidão como uma coisa normal. Como se os africanos fossem determinados pela natureza pra serem escravos.
       O mundo dos escravos não era homogêneo, existia a distinção entre o cativo recém chegados da África, o boçal e o ladino, africano já aculturado e entendedor do português. Os africanos como um todo eram opostos aos crioulos, nascidos no Brasil. Dependendo de sua origem o africano era mais valorizado. Os mulatos e negros crioulos eram preferidos para as tarefas domésticas, artesanais e de supervisão, estes viviam mais próximos de seus senhores e por isso conseguiam comprar ou ganhar suas alforrias.
       Escravos domésticos tinham que ter conduta impecável, sempre baseada na submissão, humildade, obediência cega e fidelidade, não esquecendo que estes estão mais sujeitos aos caprichos dos senhores, podendo se tornar vitimas de assédio sexual. O lugar destes não eram apenas na cozinha e no eito das grandes fazendas, eles ficavam em lugares, em diferentes momentos, compartilhavam o cotidiano de seus senhores.
       Formalmente o escravo não tinha direito, mas com o cotidiano com os senhores, foram capazes de negociar e estabelecer regras de convivência e limites em seu favor, mas mesmo assim o senhor tinha poder quase ilimitado. Existiam as famílias escravas que se união conjugalmente, os senhores e a igreja eram obrigados a sacramenta-los, estás famílias tinham domicílios próprios e cultivavam em suas roças.
       Os escravos urbanos exerciam atividades domésticas ou artesanais. Era raro mais existiam escravos que possuíam escravos na zona urbana, pois os escravos conseguiam renda para comprar suas alforrias e depois para comprar seus escravos.
       Em Piratininga e São Paulo o escravo índio ainda neste período é utilizado. Em Piratininga a escravidão ilegal de índios era um dos três itens mais valorizados que possuíam e em São Paulo a economia de exportação, envolvia menor presença de africanos e uma maior presença de índios.
       A vida na colônia era conduzida pela experiência dos mais velhos e pelas habilidades dos criados e escravos.
       Não posso esquecer de relatar sobre as irmandades negras, onde no Brasil as que mais se destacavam era a Irmandade do Rozario e a de São Benedito, as irmandades de homens negros e pardos, eram compostas de escravos e libertos, estes faziam sua festas de padroeiros bem organizadas e para isso eles cobravam e recebiam dinheiro em suas irmandades, além das irmandades catolicas o candoblé também ganhava e ganha destaque na cultura negra, os batuques, os sambas e a capoeira faziam parte do cotidiano dos negros, que foram reprimidos pela concepção europeia de vida e cultura, pois a sociedade tinha uma visão etinocentrica.
    

O caráter do conhecimento histórico e a importância da História do Brasil


        A História é o passado que estamos a construir e estudar, nos impõe regras e procedimentos metodológicos, que vão dar crédito ao trabalho do historiador. Portanto o passado histórico não é qualquer coisa produzida por qualquer um. O trabalho do historiador e construir uma explicação para determinados eventos ou fenômenos, e sair à procura de evidencias ou pistas que confirmem e fundamentem as suas hipóteses. Estas evidencias ou pistas podem ser encontradas nas fontes históricas disponíveis ao pesquisador.
        Ao estudarmos a História do Brasil, conheceremos a origem de nossa cultura e da nossa identidade, pois tudo o que somos hoje é fruto e consequência do passado. Imagine uma pessoa que perdeu a memoria, está ficara sem sentido, sem saber para onde ir, uma pessoa sem identidade que nada sabe sobre si própria, este é um exemplo de como somos sem conhecermos a nossa história. Portanto sem a História do Brasil não sabemos como surgiu nossa cultura, nossa sociedade e como ela evoluiu até os dias de hoje, não conhecemos onde moramos e não teremos nossa brasilidade, ou seja, nossa identidade como brasileira.     
        Portanto o Historiador ira reconstruir os fatos do passado, para que nós ao estuda-los possamos construir nossa identidade.

Evaldo Cabral de Mello




     Historiador e diplomata aposentado, Evaldo Cabral de Mello nasceu no dia 20 de janeiro de 1936 em Pernambuco na capital Recife. Autor de dez livros é considerado um dos mais importantes pesquisadores do período da dominação neerlandesa em Pernambuco no século XVII.
     Voltado para o estudo da história nordestina, em especial o ciclo da cana-de-açúcar. Estudou Filosofia da História em Madri e Londres. Em 1960, ingressou no Instituto Rio Branco e dois anos depois iniciou a carreira diplomática. Serviu nas embaixadas do Brasil em Washington, Madri, Paris, Lima e Barbados, e também nas missões do Brasil em Nova York e Genebra e nos consulados gerais do Brasil em Lisboa e Marselha.
     Evaldo Cabral é irmão do poeta e também diplomata João Cabral de Mello Neto e primo do sociólogo Gilberto Freyre, bem como do poeta Manuel Bandeira, todos eles já falecidos. Ele nunca teve muita afinidade com seu irmão, pois não viverá muito tempo juntos, João foi morar no Rio de Janeiro aos 10 anos e só retornou ao Recife 11 anos depois. Estiveram sempre um longe do outro, quando eram diplomatas Evaldo servia na Europa e João na África.
     Quando tinha 14,15 anos, frequentava muito a casa de Gilberto Freire, Evaldo quando jovem foi muito influenciado por Gilberto, embora que hoje não sinta muita identificação, pois só se identificava com as ideias de Freyre quando era jovem.
    Evaldo é em geral avesso à entrevista, atualmente reside no Rio de Janeiro. Com relação à história Evaldo Cabral diz que para contar a história, “nunca se deve perder de vista a dimensão narrativa, levando em conta as peripécias dos homens e toda a contingência da vida, a fim de concatenar as séries de acontecimentos no tempo”. Sem isso, alerta ele, “o trabalho de História correra o risco de ficar igual a um de sociologia ou economia, só que relativo ao passado”.( BERTOL, 2003)

Obras de Evaldo Cabral de Mello
§  Olinda restaurada: guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654 (1975);
§  O Norte agrário e o Império, 1871-1889 (1984);
§  Rubro veio: o imaginário da restauração pernambucana (1986);
§  O Carapuceiro (organizador) (1996)
§  O nome e o sangue: uma parábola familiar no Pernambuco colonial (1989);
§  A fronda dos mazombos: nobres contra mascates, 1666-1715 (1995);
§  O negócio do Brasil: Portugal, os Países Baixos e o Nordeste, 1641-1669 (1998);
§  Um imenso Portugal: história e historiografia (2002);
§  A outra Independência (2004).
§  Nassau (2006).
§  O nome e o sangue (2009).
§  Essencial Joaquim Nabuco (organizador) (2010).
§  O Brasil holandês (organizador) (2010).
§  O negócio do Brasil (2011).


Referencias Bibliográficas:

Evaldo Cabral de Mello. Encontrado no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Evaldo_Cabral_de_Mello  postado em dezembro 2009 e atualizado em 2011.
Evaldo Cabral de Mello. Encontrado no site: http://www.companhiadasletras.com. br/autor.ph p? codig o=  00330
Evaldo Cabral de Mello. Encontrado no site: http://www.skoob.com.br/autor/2295-evaldo-cabral-de-mello
BERTOL, Rachel. Peripécias de Evaldo Cabral . Caderno Prosa & Verso, Rio de Janeiro: O Globo, 2003.
Evaldo Cabral de Mello. Encontrado no site: http://www.pe-az.com.br/in dex.php?option=  com content&task= view&id=1399&Itemid=141, Pernambuco de A-Z.