sábado, 6 de outubro de 2012

José João Craveirinha (1922-2003)


José João Craveirinha (1922-2003) é considerado o maior poeta de Moçambique, tornou-se em 1991 o primeiro autor africano galardoado com o Premio Camões(o mais importante premio literário da língua portuguesa). Foi presidente da Associação Africana na década de 1950 e da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Escritores Moçambicanos, entre 1982 e 1987, onde ele foi o primeiro presidente.
Este autor é nacionalista e junto com ele outros autores também participaram e participam deste movimento como William Edward Burghardt Du Bois (Massachusetts EUA), Marcus Mosiah Garvey ( Jamaica),  Kwame Nkrumah (Gana), William Edward Burghardt " WEB " Du Bois ( EUA) entre outros.
Os movimentos nacionalistas têm varias origens, na Nigéria e em Gana temos os movimentos sindicais que lutavam por melhorias, além desses dois países outros também tinham este movimento, no Egito o nacionalismo conheceu o processo de secularização, neste país em 1919 ocorreu uma revolução, pois os nacionalistas egípcios consideraram de urgência necessidade criar um organismo unificado que representassem a nação no conflito contra os britânicos.
O já citado autor José Craveirinha, é autor do poema África, neste poema podemos perceber o apelo do referido autor ao nacionalismo, valorizando a cultura africana e criticando a cultura europeia, mostrando que os africanos perderam a sua cultura em parte, pois a cultura europeia impregnou a cultura africana. Este poema é muito interessando e seria excelente leva-lo para sala de aula para que os alunos poção  ver  escritos críticos que relatam acontecimentos e etinocidios na cultura africana, numa visão que eles não tem contato que é a de um africano , pois nós vemos na escola a história na visão dos mais poderosos.
O nacionalismo africano foi fundamental para a independência dos países africanos, e muitos autores contribuíram para isto acontecer, este movimento tentava passar a ideia de nação que é tão fundamental para construção de um país, pois sem identidade, sem um espírito de pertencimento de uma nação, não se pode construir um povo organizado e unificado, embora com suas diferenças o espírito de nação os une.
Referências bibliográficas:
WEB Du Bois. Encontrado no site: http://en.wikipedia.org/wiki/W._E._B._Du_Bois
José Craveirinha. Encontrado no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Craveirinha
BOAHEN,Albert Adu.História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 .– 2.ed. rev. – Brasília : UNESCO, 2010.1040 p.
CRAVEIRINHA, José João. CRAVEIRINHA em poesia: seleção de poemas do autor- África. p.109-111. N.5, outubro de 2002.

Filme: Na Rota dos Orixás




            Na Rota dos Orixás é o primeiro filme numa série de quatro, a série se chama Atlântico Negro, entrou em cartas em 1988, seu projeto e roteiro foram elaborados por Victor Leonardi e Renato Barbiere, seus patrocinadores foram, o Ministério da Cultura- FNC, GDF-SCE, Polo de Cinema e Vídeo do DF e Fundação Cultural do Distrito Federal, o gênero do filme é o drama, pois é um relato comovente das relações entre Brasil e África.
            O referido filme faz viagens entre os dois lados do Atlântico, em busca das origens africanas na cultura brasileira. A cultura afro-brasileira é representada pelas mais antigas tradições religiosas o Candomblé da Bahia e o Tambor de Minas do Maranhão e a cultura africana é representado no filme numa viagem às terras de origens dos orixás e voduns, o Benin que é o antigo Daomé, onde se encontrão as raízes da cultura jêje-nagô.
            Na Rota dos Orixás é um filme que também relata sobre a o trafico negreiro, sobre a cultura que os africanos trouxeram para o Brasil, sobre o sofrimento dos que eram retirados de suas terras para serem vendidos como escravos, sobre os ex-escravos que retornaram a África, e lá construíram comunidades que se consideram até hoje como brasileiros, além do que como na no Continente Africano as famílias são divididas em clãs os retornados ficaram sem espaço na sociedade então eles construíram uma comunidade que representa a influência brasileira na África.
            Nós brasileiros sabemos muito pouco sobre o Continente África, pois as noticias que chegam a nós é a de fome, guerras e desastre, mas este filme mostra a cultura, o cotidiano, a religiosidade, as danças, as brincadeiras e a sociedade, este filme é rico e deve ser usado em sala de aula, pois nos permite criar nossa identidade como brasileiros, porque a cultura africana, tem influência na cultura brasileira, é um filme perfeito para o Dia da Consciência Negra, mostrando para os brasileiros que temos ligações com o outro lado do Atlântico Negro.
            Este filme proporcionou a aproximação de dois continentes, os relatos dos lideres religiosos tanto do Brasil quanto da África e as mensagens que um mandou para o outro, realmente mostra a ligação que temos com este continente. Não somente forma apresentadas no filme as religiões que cultuam os orixás e voduns, mas a religião católica e a religião islâmica também estão presentes na África.
            Portanto o filme Na Rota dos Orixás mostra que o Brasil e a África não esta tão distante um do outro, pois estão ligados pela cultura que chamamos de afro-brasileira, como diz Gabriel o Pensador em uma de sua musicas, “o atlântico não é distante para nos separar, pois o sangue não é separado pela água do mar”.

ANÁLISE DO FILME "ENJAULADOS"




Elaborar uma síntese do filme, identificando o tema central, aplicando os conceitos que envolvem a situação de ensino/aprendizagem segundo a Teoria behaviorista. Levante uma breve discussão sobre a questão da liberdade humana.
Walmsley é um professor substituto de uma escola publica nos Estados Unidos, ele teve que dar aula a alunos rebeldes, que iam para aula de detenção, estes alunos o enfrentavam a todo o momento, mas isto não ocorria só com ele, mas com os outros professores também. A escola era controlada por ideias religiosas e pelo poder dos pais dos alunos, pois nela os alunos não poderiam ler livros, pois estes estimulariam a imaginação, abrindo assim as portas para o “Diabo” entrar em suas mentes.
 Walmsley bola um plano para enganar a todos e colocar em pratica um método para mudar o comportamento de seus alunos, então ele inventa um teste que serviria para um estagio e diz que seus alunos foram aprovados, assim o professor consegue sequestrar os seus alunos sem que ninguém desconfiasse, já que pensavam que eles estão num estagio.
O professor colocou os sete alunos em jaulas eletrificadas e os condicionou a vários estímulos neutros, como a musica que tocava sem parar por vários dias e os choques cada vez que um dos alunos tinha um mau comportamento, com isso os alunos diminuíram o mau comportamento, pois sabiam que seria punido com um choque, o professor ensinava conteúdos distintos e os alunos liam vários livros. Os alunos ganhavam coisas cada vez que aprendiam, com o aprendizado eles mudaram o seu comportamento, pois segundo a Teoria Behaviorista se ouve mudança no comportamento então ouve aprendizagem.
O professor que teve a ajuda de um dos alunos e de uma professora simulam suas mortes, e os alunos enjaulados fogem, mas tudo isto estava nos planos de Walmsley, estes alunos voltaram para a sociedade com um comportamento total mente diferente, eles viram que ocorreu uma coisa boa em suas vidas apesar de terem sido enjaulados, mas é obvio que não devemos enjaular pessoas para ensina-las, a Teoria Comportamental pode ser usada em sala de aula de uma maneira bem menor radical que a de Walmsley.

ANÁLISE DO FILME "ENTRE OS MUROS DA ESCOLA




            O contexto que gira em torno do filme é o ambiente escolar, mas precisamente com o professor de francês, com os alunos da 7ª série e com a direção. Marin e o professor de Francês e orientador da escola, em suas aulas muitas das vezes os alunos não entendiam o significado de algumas palavras ou de algum assunto e começava uma discussão sobre o tema, o professor incentivava os alunos a tentarem responder mesmo errando, pois ele mostrava que os outros também não sabiam, tirando assim o medo de errar.
            Havia alguns grupos dentro e fora da sala de aula, pois os garotos do fundo gostavam de entrar de boné ou capuz e o professor pedia para que tirassem, estes tinha uma certa interação com os do meio da turma, mas não tinha com os da frente, pois um dos alunos que sentam na frente chamou os colegas que sentam no fim da sala de animais, pois ele diz que no intervalo seus colegas ficam pulando e gritando no pátio.
            O professor é visto pelos alunos como autoritário, mas ele se defende dizendo que se ele não fosse assim não conseguiria manter a ordem, mas Marin se importava com os alunos, ele procurava quebrar a barreira que separava ele dos seus alunos, procurando conhece-los melhor, e para isso fez uma atividade que era o autorretrato, quando estavam fazendo esta atividade um novo aluno chega, este ainda meio tímido é confrontado em uma atividade por um colega, este colega não aceitava a opinião dele, como também não aceitou a opinião de outro colega, mas como este era novato a discussão estava quase saindo do controle, mas o professor interrompeu, este relato é para que possa ser entendida a questão dos grupos, pois o “novato” não pertencia a nenhum grupo ainda por isso ele foi confrontado e não aceitou o confrontamento.
            A atividade autorretrato foi um desafio para os alunos, pois não é fácil falar ou escrever sobre você, mas com isso o professor iria conhecer melhor os seus alunos, um dos trabalhos chama a atenção do educador, o aluno mais problemático, fez um ótimo trabalho então o professor colocou o trabalho no mural e chamou todos os alunos para ver, o aluno que se chamava Souleymane ficou orgulhoso e motivado, pois aceitou o desafio do autorretrato e teve um bom resultado, mas este mesmo aluno é expulso do colégio. Pois em uma das reuniões o educador de Francês chama seu aluno de limitado tentando defende-lo dos outros professores que só pensam em punição, na sala tinham duas alunas que representavam a classe e por isso em sala de aula o aluno critica o professor que tenta se explicar, e num momento de raiva compara as duas alunas que só ficavam rindo na reunião de “vagabundas”, com isso surge uma grande discussão dentro da sala de aula, e Souleymane na discursão acaba ferindo o rosto de uma colega e sai da sala de aula, como consequência disto o aluno vai ser julgado no Conselho Disciplinar, que tinha a fama de expulsar os alunos que fossem para ser julgados, o professor tentou argumentar com o diretor, dizendo que foi uma fatalidade e que o aluno estava evoluindo, mas não adiantou e o conselho expulsou o aluno.
            O interessante do filme é que no final os professores e o diretor estão jogando futebol com os alunos no pátio, ambos estão alegre e principalmente os alunos, esta interação é necessária para que as barreiras sejam quebradas, para que aja um vinculo, onde cada papel encontre o seu complemento, assim conseguiremos uma melhor educação.

Aproximações e diferenças entre as críticas feitas por Dilthey e Max Weber.


Dilthey e Max Weber foram críticos ao historicismo alemã, Dilthey negava as ciências naturais em História e mostra que as ciências sociais ou ciência do espirito e a melhor opção para a construção histórica, já para Max Weber a história é uma ciência positiva.
            Ambos os referidos historiadores são críticos ao cientificismo naturalista em história. Dilthey elaborou três critérios para a distinção entre ciências naturais e ciências sociais, onde no primeiro critério ele mostra que o homem deve estudar a sim mesmo, e não estudar objetos naturais, que são necessariamente exteriores ao homem, no segundo critério, este depende do anterior, Dilthey acredita que o sujeito cultural tem seu próprio conjunto de valores e estes influenciaram em sua pesquisa histórica e em sua analise da sociedade e da cultura, no terceiro critério ele caracteriza a ciência do espirito como uma ciência que caracteriza e compreende os fatos sociais e históricos, como isso o historiador ira descobrir e atribuir significados a estes fatos. Weber critica os naturalistas por causa de estes acreditarem que as leis são o único fim da ciência, e pensão esgotar o conteúdo da realidade por meio de um sistema de relações abstratas.
            Max Weber tem em suas criticas uma que é bem semelhante ao segundo critério da distinção entre a ciência naturalista e a ciência do espirito de Dilthey, que é a afirmação que a história é parcial, pois os valores interferiram na construção do saber histórico, pois o real é finito. Ainda sobre esta questão Dilthey percebe que a história não pode ser construída objetivamente, pois cada individuo tem sua verdade, por isso não tem condições de conhecer a realidade em si.
            Max Weber constrói uma critica radical ao historicismo alemão do século XIX, em suas maiores vertentes a do idealismo e a do positivismo em história, ele criticava o modo positivo que os metafísicos jugavam ter apendido, sobre a essência dos fenômenos, as forças profundas, as leis do todo que comandaria do devi, acima do homem que pensam e julgam agir e critica também os positivistas que partem da ideia que a ciência e conceito do geral, e o individuo só pode ser aprendido intuitivamente.
            Já Dilthey, que foi critico de Von Ranke e do historicismo, a sua postura acaba sendo ambígua, pois não se tratava de negar o historicismo rankeano, mas de ultrapassá-lo.
            Portanto Dilthey e Weber foram grandes críticos do historicismo alemão, embora que Weber era mais radical e defendia a ciência positiva, enquanto Dilthey defendia a ciência do espirito, mas ambos eram contra o naturalismo e acreditavam que a história é parcial, pois os valores do historiador estavam em sua construção historiográfica.

Construa um texto dissertativo- entre 3 e 5 laudas- sobre o uso ideológico da História na escola hoje em dia, a partir de sua experiência como aluno de História no ensino fundamental e Médio.
            Nos dia de hoje a história sofre a influência de poderes, pois são os vitoriosos aqueles que constroem a história, com isso quero dizer que temos a história dos vencedores e não dos vencidos, temos inseridos na história ideais nacionalistas, onde pessoas ilustres e heróis são colocados como grades símbolos da nação.
            O historiador brasileiro como outros historiadores do mundo, também constroem uma história onde os heróis tem seu espaço, como o caso de Tiradentes, este participou da Inconfidência Mineira, para aqueles que não conhecem a fundo a história deste episodio, achara que este foi um grade homem que fez algo grandioso no Brasil, mas pelo contrario, foi um pobre infeliz que por ser menos poderoso que os outros inconfidentes acabou sendo condenado para servir de exemplo, mas isto não aprendemos no ensino fundamental e médio, pois o que é inserido em nossas mentes são ideias nacionalistas do poder dominante, para a confirmação deste no poder.
            Segundo teóricos como Keith Jenkins, Gustav Droysen, Hayden White entre outros a história é construída pelo historiador, ele ordena os fatos e preenche as lacunas, portanto a verdade histórica não é neutra e isso pode ser visto claramente na escola de maneira impactante, pois são inseridas ideias nos textos dos livros de história que possibilitam o não interesse em aprender, por exemplo, sobre os índios, os negros, os trabalhadores ou até as lutas da classe trabalhista, pois o que é colocado em nossa frente na escola é o que Jenkins chama de “discursos de poder”. No discurso que os Governantes criaram sobre educação, eles dizem que a escola serve para formar cidadãos, mas será que realmente são formados cidadãos críticos e atuantes? Ou será que são formadas pessoas moldadas ao modo que os poderosos acham ser o melhor?
            Respondendo a estas perguntas digo que a história local, regional, nacional e mundial tem um papel importante, que é fazer com que o individuo construa sua identidade, podendo assim encontrar o seu lugar na sociedade, conhecendo o sua localidade e sua nação este individuo critico e atuante poderá tomar decisões que poderão ajudar sua localidade ou país, pois não agiram mais como fantoches dos poderosos, mas a disciplina história que é aprendida nas instituições publicas não corresponde a esta expectativa, por isso temos pessoas que não sabem atuar na sociedade de maneira autônoma e critica, pois foram ensinados com uma história de “cabresto” onde se via apenas uma linha ideológica ou algumas linhas determinadas pelo poder.
No ensino médio e fundamental, vemos aquilo que os vencedores querem que vejamos e os vencidos são colocados como se não tivessem grande importância, é assim com os africanos, os índios e revoltosos, não temos uma história imparcial e nem poderíamos ter, mas as influências politicas são muito grandes na construção da historiografia brasileira.
Eu cursei o Magistério e por isso não tive muitas aulas de História, mas pelas poucas que tive hoje eu analiso a minha professora tentou nos mostrar um pouco das facetas que estavam por trás da história, mas no ensino fundamental tive uma professora que hoje esta aposentada, que utilizava fielmente o livro didático de história e nos alimentou com as facetas da história construída pelos dominantes.
O professor de História tem uma grade missão ao entrar em sala de aula que é desmascara a história criada pela classe dominante, a história dos vencedores, mostrando que a história construída para este público alvo era dotada de facetas e ideias colocadas para moldar o pensamento destes, com isso os alunos se tornaram mais críticos e conseguiram exercer bem sua cidadania e conhecer as varias verdades de um mesmo fato histórico.
A visão do aluno sobre a história é como se esta matéria fosse algo que não serviria para ele , como algo passado que não aconteceria de novo, algo ultrapassado que não servira para ninguém no mundo moderno e tecnológico da atualidade, mas este não pensa que foi a partir de inovações passadas que foram possíveis todas as transformações da contemporaneidade e que a partir do que aconteceu no passado e os reflexos deste no presente, podemos ter previsões de como será o futuro, pois conhecendo o passado não retomaremos os mesmos erros, elaboraremos novas estratégias para conseguir o que pretendemos.
A história influência no individuo se o individuo não conhece a história ele não se conhece, pois sem a história nada somos, somos como alguém que perdeu a memoria, este não sabe quem é não tem identidade, assim somos sem conhecer nossa história alguém que não se conhece, que não sabe por que faz determinadas ações, participa de determinadas festividades, resumindo não conhece sua cultura, por isso não se conhece.
Posso afirmar que durante o ensino fundamental e médio, não aprendi nada sobre a minha cidade e meu estado, pois estes são considerados como história menor, e isso foi visível em meus estudos, eu não me conhecia eu não tinha identidade, eu não sabia como foi fundada a minha cidade e nem me preocupava com isso, esta é a visão de muitos alunos, mas como os meus professores de história eram pessoas “velhas” e que possua um método de ensino vindo de tempos passados, eu somente comecei a me interessar em conhecer a história do meu estado e do meu município no ensino superior, muitos na cidade não sabem quase nada sobre a cidade, muitos não conhecem o valor histórico que alguns lugares da cidade.
Segundo Hayden White, o historiador usa esquemas vindos da ficção para construir a história, e é assim que mais se parece a história que é matéria do ensino publica neste país, pois existe uma narrativa onde tudo esta ligado , onde se colocam os fatos, ordenando e dando sentidos que pertencem aos dominantes, assim somos ludibriados por uma história muito parcial.
A educação publica não é uma educação de qualidade, portanto a matéria de história não de qualidade no ensino publico fundamental e médio, mas muitos professores bem qualificados estão nas redes publicas e uma porcentagem de professores tentam fazer com que os alunos possam aprender como se da a construção da história e que eles devem sempre questionar algumas coisas na história, mas estes se deparam com alunos que tem um pensamento dominado pelos ideais impostos a eles pelos detentores do poder.
Portanto a ideológico da História na escola hoje em dia é cercada por um grande discurso de poder, onde os alunos são manipulados ideologicamente pela classe dominante, para que as massas populares não consigam seu devido espaço, o livro didático é um prova que a História que estudando é repleta de facetas que devem ser desmascaradas pelo professor, a história tem uma grande importância para que o individuo se conheça e possa construí sua história, pois sem história não nos conhecemos , não sabemos o que fazemos, pois muito do que fazemos faz parte da cultura que conhecemos através da história, a história abre a mente e nos torna cidadãos críticos e conscientes, por isso os professores de História tem a missão de mostrar ao aluno a história e é ele o principal colaborador para a disseminação da ideologia da História. 

O pensamento histórico de Hegel e as concepções históricas do presente com as quais você tem contato.



Para Hegel só os povos que constituem um estado podem ser reconhecidos como integrantes do processo histórico, portanto todos os outros povos que não se enquadram neste perfil são considerados sem história. Ainda para ele tudo que é racional é real e tudo que é real é racional.
Hegel defendia que as sociedades africanas não possuíam história e a África não é uma parte histórica do mundo, pois estes não constituíam um estado, com as características que Hegel considerava perecedoras de um estado.
Contemporaneamente as visões sobre a história têm evoluído, pensamentos como o de Hegel estão sem força, pois acreditamos que a história não é restrita apenas aos povos que constituíam um estado, mas sim todos os povos, pois a história narra os fatos da humanidade, não existe um povo superior ao outro. No caso da África, existem várias fontes para construção da história dos povos africanos.
Hegel acredita que a razão governa o mundo e a história, portanto o que não é racional não faz parte da história, somente aquilo que pode ser racionalizado poderá ser considerado real, e o que é real pode ser avaliado em todo o senso racional, para melhor entender, por exemplo, ele não aceitava as especulação e fé popular, pois estes não são racionais, com isso era limitado o que era real, apenas as manifestações do real e os fenômenos eram considerados racionais.
Vemos que as ideias contemporâneas de história utilizam muito as hipóteses, especulação de como poderia ter acontecido determinado fato, para prosseguir em sua pesquisa, pois a hipótese é à base da pesquisa histórica.
As ideias de Hegel perderam a sua importância no senário histórico, pois com a evolução do pensamento histórico suas ideias foram consideradas retrogradas.

Referências Bibliográficas:
PEREIRA, Marco Aurélio Monteiro, SANTO, Janaina de Paula do Espirito e SANTOS, Rodrigo Carneiro dos. Teoria de História II. Ponta Grossa, Paraná: UEPG/ NUTEAD, 2009.
CUNHA, Joceneide e SILVA, Júlio Claudio. História da África. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2010. 

MICHELET, Jules. Prefácio para a história da França, para a edição de 1869. (Texto relatado por J. EHRARD e G. PALMADE, L’ Histoire, Armand Collin, 1965, p.261-265).



            MICHELET, Jules. Prefácio para a história da França, para a edição de 1869. (Texto relatado por J. EHRARD e G. PALMADE, L’ Histoire, Armand Collin, 1965, p.261-265).

            Neste prefácio, Michelet mostra que a história contada por homens eminentes com uma visão única, não é suficiente para escrever a história da França, pois tudo influência na história, pois vivemos em um organismo que cada órgão faz com que este funcione.
            Este texto de apenas 5 paginas tem como foco narrativo a construção da história da França e as novas ideias de Michelet sobre esta questão. 
            Michelet neste prefacio conta que na França não havia uma história e sim anais, onde homens eminentes escreviam a história de um ponto de vista único visando a politica, a raça, as leis e não as ideias, os costumes, o clima, o solo, os alimentos, os grandes movimentos progressistas, o interior da alma nacional, tantas circunstâncias físicas e fisiológicas. Pois para ele tudo influi sobre tudo e para encontrar a vida histórica seria preciso segui-la pacientemente em todos os seus elementos.
            Os homens eminentes são considerados como fracos pelo autor, pelos motivos citado no paragrafo anterior, ele ainda considera que estes escrevem uma história pouco curiosa do pequeno detalhe erudita, onde o melhor continuava enterrado nas fontes inéditas.
            Para Jules Michelet ao penetrar cada vez mais no objeto, acabamos amando-o e assim veremos de uma maneira diferente, com um interesse crescente, pois o coração comovido a segunda vista vê mil coisas invisíveis ao povo indiferente. A história e o historiador misturam-se neste olhar.
            Realmente o autor tinha uma visão inovadora, este deu importância às fontes inéditas ou como chamamos hoje não convencionais, deu importância em construir uma história completa e não uma com visão única, que é o que ocorreu muito no Brasil e em outros países. Mas muitos historiadores começaram principalmente contemporaneamente a construir uma história mais completa, levando em conta vários aspectos sociais e ambientas.
            Jacques Le Goff historiador francês publicou artigos sobre as universidades medievais, o trabalho, o tempo, as maneiras, as imagens, as lendas e etc., ele é especialista em História da Idade Média e em seus livros e publicações já descreveu este período de diversas formas, assim a ideia de Goff esta próxima a de Michelet em construir uma história completa.
            Este texto é de muita importância principalmente para os acadêmicos de história, pois estes iram escrever a história, seja em suas monografias ou em sua profissão no caso dos bacharéis. Mas isso não quer dizer que não será útil para outros cursos, até mesmo o professor de história poderia utilizar este texto em sala de aula do ensino médio para despertar um senso critico de como a história esta sendo escrita, analisando a própria história do município, estado ou do país.
            Jules Michelet (1798 – 1874) foi um “historiador francês nascido em Paris, considerado um dos maiores historiadores de todos os tempos, conhecido como o primeiro historiador a afirmar que não eram as grandes personalidades e sim o povo os agentes das mudanças sociais, originando os ideais da revolução francesa. Filho de um tipógrafo modesto, nasceu pouco após a Revolução Francesa, que marcou a transição da Idade Média para a Modernidade. Começou a escrever seus primeiros livros antes mesmo de se formar em letras em 1817 e começar a lecionar na escola preparatória. Nomeado diretor do setor de história dos arquivos nacionais em 1834, passou a ensinar no Collège de France em 1838. Perseguido por suas ideias liberais e por seu posicionamento contrário ao segundo império, acabou preso em 1851 e perdeu os cargos públicos. Voltou-se, então, inteiramente ao trabalho de historiador até seus últimos dias, em Hyères.” Algumas de sua obras são: Obras escolhidas de Vico (1835, em 2 volumes), tradução de Scienza Nuova de Giambattista Vico de 1744;as Memórias de Lutero escritas por ele mesmo, que Michelet traduziu e pôs em ordem (1835);as Origens do direito francês (1837);História romana: república (1839);O Processo dos Templiers (1841), segundo volume em 1851.1843, Dos jesuítas, em colaboração com Edgar Quinet ;1844, Do padre, da mulher e da família;1845, O povo.1862; A feiticeira (La sorcière ) e entre outras.
            Romário Andrade de Jesus acadêmico do Curso de Licenciatura em História da Universidade Federal de Sergipe (UFS)


Referências:
Jules Michelet, encontrado no site: www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_2425.html;
Jules MIchelet, encontrado no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jules_Michelet

Fixamento - Liberais constitucionalistas entre dois centros de poder: Rio de Janeiro e Lisboa.


BARBOSA, Maria do Socorro Ferraz. Liberais constitucionalistas entre dois centros de poder: Rio de Janeiro e Lisboa. Tempo; volume 12, número 24, páginas 98-125. 2008.


            Maria do Socorro Ferraz Barbosa é bacharel e licenciada em História pela Universidade Federal de Pernambuco (1961),realizou estudos doutorais em História pela Universidade de Bielefeld (1975 - 1980) e doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo (1992). Atualmente é professor adjunto 2 da Universidade Federal de Pernambuco, consultora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e consultora da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: elites políticas, liberalismo, sertão, propriedade e escravidão e em Teorias da História.
            O artigo discorre sobre os conflitos entre o absolutismo e o constitucionalismo em Portugal e no Brasil, os centros de poder Rio de Janeiro e Lisboa e o liberalismo e a Revolução em Pernambuco.
O referido artigo aborta sobre os conflitos entre o absolutismo e o constitucionalismo tanto em Portugal como no Brasil sobre as Juntas provisórias que foram criadas no Brasil, dentro do espírito constitucionalista da corte de Lisboa, mas o Reino estava dividido entre dois centros de poder um no Rio de janeiro e outro em Lisboa, mas o Rio de Janeiro começou a ganhar influência sobre as outras províncias, pois estas reagiram à corte e se constituíram províncias regidas diretamente por D. Pedro. Pernambuco foi uma província que também se rebelou contra a coroa, ela foi para a região Norte o que o Rio de Janeiro era para a região Sul, no que se trata de importância política. A Revolução Pernambucana de 1817 fracassou, mas os sobreviventes pouco a pouco retornaram ao poder, estes influenciados por idéias liberais enfrentaram “problemas entre o constitucionalismo defendido pelo regente Pedro, no Rio de Janeiro, e o constitucionalismo dos vintistas portugueses” (p.98).

            Palavras-Chave: Liberalismo. Constitucionalismo. Pernambuco. Revolução. Absolutismo
“Várias províncias, como já citado, por exemplo, Bahia, Maranhão e Pará, inclusive por terem governadores militares, quase que de imediato transferiram sua obediência às cortes e não permaneceram fiéis ao Rio de Janeiro. As províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais reagiram às cortes e se constituíram províncias regidas diretamente por D. Pedro.” (p.102)
Este trecho mostra que muitas províncias eram contra o Rio de Janeiro e a favor de Lisboa, a coroa absolutista tinha grande poder, mas teve no Brasil a resistência de algumas províncias.
“Pernambuco representava para a região Norte a mesma importância política que o Rio de Janeiro exercia na região Sul.” (p.104)
O Rio de Janeiro era um dos centros de poder, por isso esta comparação mostra o quão grande era a importância de Pernambuco.
“Aos sobreviventes de 1817 seria mais cauteloso ganhar tempo, esperar a resolução dos acontecimentos entre Lisboa e o Rio de Janeiro, definidos entre a defesa do constitucionalismo português e uma independência contaminada pela hegemonia do Rio de Janeiro sobre as outras províncias.” (p. 104)
            Esta passagem tem relação com a Revolução Pernambucana de 1817, pois com o fracasso os sobreviventes liberais pernambucanos tiveram que ter cautela, mas depois estes conseguiram retornar ao poder novamente.
            O artigo é interessante conta sobre uma época de enfrentamento dos brasileiros contra a coroa portuguesa. Não gostei da não abordagem do liberalismo e/ou da revolução pernambucana no titulo do artigo, pois grande parte do texto fala sobre este local e acontecimento, mas o titulo do artigo sita apenas o Rio de Janeiro e Lisboa, poderia ter sido complementado um destaque de Pernambuco no referido. O texto é fácil de compreender, não apresenta palavras muito rebuscadas e é de fácil fluência. Foi enriquecedor obter mais conhecimento sobre a Revolução de 1817, do liberalismo pernambucano, dos dois centros de poder Lisboa e Rio de Janeiro, do construtivismo e do absolutismo da Coroa Portuguesa.

Volta ao mundo por ouvir-dizer: Redes de informação e a cultura geográfica do Renascimento


GOMES, Plinio Freire. Volta ao mundo por ouvir-dizer: Redes de informação e a cultura geográfica do Renascimento. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér.v.17.n.1.p.113-135. Jan.- jun. 2009.

Plinio Freire Gomes nasceu em São Paulo, em 1967. Formou-se e fez mestrado no Departamento de História da Universidade de São Paulo, onde defendeu em 1994 o trabalho que deu origem a Um herege vai ao paraíso.

Objeto: Redes de informação e cultura geográfica do Renascimento.

Resumo: Ao privilegia o senso de observação curiosidade e a busca pelo aprimoramento intelectual, a cultura renascentista foi um fator determinante na criação do viajante moderno. Com as navegações o sonho em descobrir novas terras aumenta, com os descobrimentos, muitos dos letrados se interessaram em conhecer estes locais, mas estas excursões eram feitas em segurança em seus gabinetes através das enciclopédias cartográficas. Estas expedições imaginarias dos estudiosos de gabinete tinha tanta relevância cognitiva e legitimidade quanto dos viajantes autênticos. Nesta época o saber geográfico passa a ser de interesse estratégico, pois a Coroa Ibérica esta em constante conflito com as outras potências emergentes. Por isso seus descobrimentos não poderiam se expostos, mas para poder legitimar a posse destas terras tiveras que divulga-las. Foram às redes não oficiais de informação o verdadeiro motor de transformação da geografia renascentista, estas redes colocaram dados relativos à Ásia, África e América a disposição dos cosmógrafos, e construiu assim o núcleo fundamental da cartografia quinhentista.

Palavras-Chave: Redes de informação, Geografia, Renascimento, Cartografia, Descobrimento.

Principais parágrafos da obra:
”Estamos, enfim, diante de um grupo sociologicamente heterogêneo, mas bastante coeso do ponto de vista cultural. Compartilhando os mesmos valores, viajantes e cosmógrafos atuaram juntos na tarefa de inserir as terras recém-descobertas na ordem do mundo conhecido” (p. 118).
Os cosmógrafos eram em sua maioria estudiosos de gabinete que utilizavam as histórias dos viajantes, para conhecer as novas terras e assim remonta-la, sem os viajantes eles não conseguiriam descrever as rotas marítimas e as terras, mas porem os escritos dos viajantes eram fragmentados e faltava uma linguagem mas intelectual, por isso ambos se completam.
O historiador português Jaime Cortesão sugeriu que a cartografia e a arte da navegação constituíam o saber tecnológico mais cobiçado na época. Com base em numerosos documentos oficiais, ele sustentou que os governos ibéricos exerceram um controle ferrenho sobre as notícias do ultramar” (p. 124).
Os governos ibéricos estavam em conflito contra outras potencias emergentes, e a geografia se tornou de interesse estratégico, e para que as descobertas ficassem em segredo não poderia ser divulgado, mas posteriormente fez-se necessário a divulgação para autentica a posse destas terras.
“O aparato burocrático e os interesses de Estado cumpriram, não resta dúvida, um papel importante, mas foram as redes não-oficiais de informação o verdadeiro motor de transformação da geografia renascentista. Em última análise, foram elas, as redes, a permitir que a nação cautelosa e sedentária dos letrados, gente como Ariosto, embarcasse em seus mapas e desse a volta ao mundo... por ouvir-dizer”(p. 132)
As fontes não oficiais de tripulantes e outros viajantes serviram para que estudiosos pudessem viajar sem sair de seu gabinete, assim através de seus mapas estes poderiam viajar por todo o mundo, através do que eles ouviam dizer sobre estes locais.

Comentários Pessoais:

            O texto é interessando, pois retrata muito bem a construção cartográfica no período das Descobertas, remontando a importância do saber geográfico, para questões estratégicas, e como os estudiosos sem sair de seu gabinete viajava por todo o mundo utilizando as fontes não oficiais dos viajantes autênticos, já que a maioria dos letrados não saiam do conforto de seu gabinete.
            O texto retratou até algumas figuras para poder explicar determinadas questões como o caso de Monsieur Ouï-diere (o senhor Dizer-sim), este personagem teria o dom de discursar contemporaneamente em diversos idiomas, mas, cego e paralítico, estava condenado a nunca sair do mesmo lugar, e os discípulos deste sábio eram estudiosos que caíram na armadilha de honrar uma ciência, a cosmografia, cuja regra fundamental era dizer sim a tudo, esta figura foi criada por Robelais.
            O texto remonta coisas interessantes como as redes de informação não oficiais, a cultura geográfica renascentista, os Descobrimentos, a história da cartografia, a cosmografia e o Estado em transformação por causa de todos esses fatores.

Fixamento - A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: abordagem bilíngue na Escolarização de pessoas com surdez



ALVEZ, Carla Barbosa, FERREIRA, Josimário de Paula e DAMÁZIO, Mirlene Macedo. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: abordagem bilíngue na Escolarização de pessoas com surdez. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010. V.4. (Coleção A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar)

O referido Livro trata sobre a educação de surdos no Brasil. Sobre o fracasso que é esta educação em nosso país, mostra também que o bilingüismo é a concepção que mais desenvolve o aprendizado dos surdos, mas para que ocorra uma educação inclusiva, devem-se mudar as praticas pedagógicas na educação escolar, construindo um caminho pedagógico para o Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Os autores tinham como principais objetivos, mostrar que é possível uma educação inclusiva dos alunos surdos na educação escolar, ressaltar que o bilinguismo é a concepção que mais oferece a possibilidade de desenvolvimento e a interação do aluno surdo na sociedade e mostrar que a pedagogia educacional brasileira deve ser mudada para que possam ser inclusos os surdos nas escolas públicas e particulares.
Os autores usam uma metodologia comparativa, comparando o que ocorre na educação escolar e o que poderia acontecer para melhorá-la na questão da inclusão, aprendizagem e desenvolvimento de pessoas surdas. Mostram o que deve ser mudado, dando sugestões para o ensino de LIBRAS e da escrita em Língua Portuguesa, para os alunos surdos, no que os autores chamam de AEE, Atendimento Educacional Especializado.
            As fontes citadas pelos autores são, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), o Decreto 5.626, de 5 de dezembro de 2005, a Lei 10.436/2002, Brito(1995), Instituto Nacional de Educação dos Surdos, Martins(1982) e Soares (2003).
            Os conceitos principais da obra é que o bilinguismo é uma abordagem que corresponde melhor às necessidades do aluno com surdez, as formas de conceber a escola e suas praticas pedagógicas devem ser reinventadas, rompendo com os modos lineares do pensar e agir no que se refere à escolarização e o AEE que envolve três momentos didático-pedagógico, o Atendimento Especializado em LIBRAS, o Atendimento Especializado de LIBAS e o Atendimento Especializado de Língua Portuguesa.
            Temos como principais conclusões da obras as seguinte: as concepções pedagógicas de educação escola adotadas pelas escolas e suas praticas, tem como resultado o fracasso do processo educativo das pessoas com surdez, o bilinguismo é uma abordagem que corresponde melhor às necessidades do aluno com surdez, em virtude de respeitar a língua natural e construir um ambiente propicio para a sua aprendizagem e o Atendimento Educacional Especializado para pessoas com surdez, em uma perspectiva inclusiva, onde o aluno será “redirecionado construindo novas e infinitas possibilidades que levem este aluno a uma aprendizagem contextualizada e significativa, valorizando seu potencial e desenvolvendo suas habilidades cognitivas, lingüísticas e sócio-afetivas.” (p.6)
            Este livro é enriquecedor, pois mostra que devemos mudar as praticas pedagógicas para incluirmos os surdos na educação escolar, pois todos tem o direito de aprender e os surdos tem esse direito prescrito por lei.
            Com esta leitura consegui aprofundar meus conhecimentos sobre LIBRAS, sobre educação inclusiva e sobre como ensinar a escrita na língua portuguesa para alunos com surdez, incluindo assim os surdos na sociedade, pois diferente do oralismo e doa comunicação total, o bilingüismo valoriza a língua natural dos surdos.
Palavras Chave: Blinguismo. Atendimento Educacional Especializado. Surdez.

Fichamento elaborado por Romário Andrade de Jesus.

Exemplos comparativos entre a estrutura da LIBRAS e da língua Português.


            Agora apresentarei alguns exemplos de comparações entre a LIBRAS e a Língua Portuguesa, em ambas as línguas o processo de formação de palavras são realizados por derivação, composição e flexão. Em Português por derivação temos como exemplo incapaz (in+capaz) e em LIBRAS um exemplo de derivação é SENTAR/CADEIRA (o sinal é o mesmo porém, no substantivo há uma reduplicação o movimento no sinal do verbo). Em Português um exemplo de composição é guarda-roupa (guarda + roupa), mas em LIBRAS isto também ocorre como, por exemplo, na palavra MAE (MULHER + BENÇÃO).  E um exemplo de Flexão na língua portuguesa é a palavra chorando (chorar) e um exemplo em LIBRAS é PREOCUPADO/PREOCUPAR.
            Em LIBRAS como também na LP, temos os tempos verbais, presente, passado e futuro, exemplo de presente em LIBRAS “AGORA IR COMER” e em LP “Agora vou comer”, exemplo de passado na Língua de sinais “ ONTEM HISTORIA ESTUDAR” e em LP ontem estudei história, um exemplo de futuro na Língua de Sinais é “EU BRINCAR AMANHA” e na língua portuguesa “amanha irei brincar”.
Portanto a LIBRAS é uma língua de modalidade gestual- visual, que possui uma estrutura semelhante a das diversas línguas de modalidade oral auditiva, como o Português, pois como todas as línguas orais-auditivas possui uma gramática própria definidas pelos seguintes sistemas, fonológico, morfológico, sintático, semântico e pragmático.

Os parâmetros da LIBRAS e a sua importância na realização um sinal


A LIBRAS possui uma gramática própria, definida pelos seguintes sistemas, Quirológico, Morfológico, Sintático, Semântico e Pragmático. O nível quirológico são as unidades mínimas que, em LIBRAS, são representadas pelos cinco parâmetros, configuração de mãos, orientação, ponto de articulação, movimento e expressão facial e corporal. Se estes não forem utilizados corretamente não é possível o entendimento do sinal.
O parâmetro de configuração de mão refere-se ás varias formas que as mãos tomam na realização de um sinal. O parâmetro de orientação os sinais podem ter uma direção e a inversão desta pode significar ideia de oposição, contrario ou concordância numero-pessoal, por exemplo, ir e vir. Já o parâmetro de ponto de articulação é o local do corpo em que o item lexical é realizado ou ao espaço neutro tridimensional, localizado diante do corpo e limitado entre a cabeça e a cintura do falante em libras, como por exemplo, os sinais trabalhar e brincar são feitos em espaço neutro e os sinais esquecer e pensar são feitos na testa. O parâmetro de movimento e direcionalidade são classificados quanto ao tipo, à direção à maneira e à frequência, pois o movimento e importante na execução de um sinal, mas nem sempre apenas ocorre o movimento, pois a expressão corporal e ou facial estão também presentes, pois estes são parâmetros de LIBRAS, e muitos sinais tem como traço diferenciado a expressão facial e ou corporal, em sua configuração, por exemplo, os sinais alegria e tristeza e os sinais ladrão e ato sexual que são feitos somente com a bochecha.
Portanto sem estes parâmetros alguém que deseja aprender LIBRAS não conseguira realizar um sinal corretamente.

Faça uma análise das filosofias de educação de surdos no Brasil e justifique qual a abordagem que no processo da inclusão respeita o direito linguístico das pessoas surdas?


A história de Língua de Sinais no Brasil teve inicio com o “método combinado”, trazido pelo professor surdo francês Ernest Huet (1857- 1862), que foi convidado por Dom Pedro II para ficar encarregado do Instituto dos Surdos-Mudos, este método defende o uso da língua oral, língua de sinais, treinamento auditivo, leitura labial e o alfabeto digital, entre outros recursos.
Na gestão da professora Ana Rímoli de Faria Dório (1896), foi implantado o “método oralista”, sobe influência do Congresso de Milão, foi implantado o primeiro Curso Normal de Formação de Professores para Surdos, esse método foi disseminado em todo o país.
Na década de 1970, Iveste Vasconcelos retorna ao Brasil, vindo dos EUA, trazendo a filosofia da “Comunicação Total”, que combinava língua de sinais associada à língua oral, treinamento auditivo, leitura labial e o alfabeto digital, com relação ao processo de inclusão, esta filosofia é a que mais respeita o direito linguístico das pessoas surdas. Linguistas Brasileiros tiveram interesse na Língua de Sinais e atribuíram o nome de Língua de Sinais dos Centros Urbanos, mas pro causa de muita discussão ficou conhecida como LIBRAS( Língua Brasileira de Sinais) que passou a ser legalmente reconhecida através da Lei nº 10.436 de 24 de Abril de 2002, como língua própria da comunicação de surdos do Brasil, servindo como meio legal de comunicação e expressão.