sábado, 6 de outubro de 2012

Fixamento - Liberais constitucionalistas entre dois centros de poder: Rio de Janeiro e Lisboa.


BARBOSA, Maria do Socorro Ferraz. Liberais constitucionalistas entre dois centros de poder: Rio de Janeiro e Lisboa. Tempo; volume 12, número 24, páginas 98-125. 2008.


            Maria do Socorro Ferraz Barbosa é bacharel e licenciada em História pela Universidade Federal de Pernambuco (1961),realizou estudos doutorais em História pela Universidade de Bielefeld (1975 - 1980) e doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo (1992). Atualmente é professor adjunto 2 da Universidade Federal de Pernambuco, consultora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e consultora da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: elites políticas, liberalismo, sertão, propriedade e escravidão e em Teorias da História.
            O artigo discorre sobre os conflitos entre o absolutismo e o constitucionalismo em Portugal e no Brasil, os centros de poder Rio de Janeiro e Lisboa e o liberalismo e a Revolução em Pernambuco.
O referido artigo aborta sobre os conflitos entre o absolutismo e o constitucionalismo tanto em Portugal como no Brasil sobre as Juntas provisórias que foram criadas no Brasil, dentro do espírito constitucionalista da corte de Lisboa, mas o Reino estava dividido entre dois centros de poder um no Rio de janeiro e outro em Lisboa, mas o Rio de Janeiro começou a ganhar influência sobre as outras províncias, pois estas reagiram à corte e se constituíram províncias regidas diretamente por D. Pedro. Pernambuco foi uma província que também se rebelou contra a coroa, ela foi para a região Norte o que o Rio de Janeiro era para a região Sul, no que se trata de importância política. A Revolução Pernambucana de 1817 fracassou, mas os sobreviventes pouco a pouco retornaram ao poder, estes influenciados por idéias liberais enfrentaram “problemas entre o constitucionalismo defendido pelo regente Pedro, no Rio de Janeiro, e o constitucionalismo dos vintistas portugueses” (p.98).

            Palavras-Chave: Liberalismo. Constitucionalismo. Pernambuco. Revolução. Absolutismo
“Várias províncias, como já citado, por exemplo, Bahia, Maranhão e Pará, inclusive por terem governadores militares, quase que de imediato transferiram sua obediência às cortes e não permaneceram fiéis ao Rio de Janeiro. As províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais reagiram às cortes e se constituíram províncias regidas diretamente por D. Pedro.” (p.102)
Este trecho mostra que muitas províncias eram contra o Rio de Janeiro e a favor de Lisboa, a coroa absolutista tinha grande poder, mas teve no Brasil a resistência de algumas províncias.
“Pernambuco representava para a região Norte a mesma importância política que o Rio de Janeiro exercia na região Sul.” (p.104)
O Rio de Janeiro era um dos centros de poder, por isso esta comparação mostra o quão grande era a importância de Pernambuco.
“Aos sobreviventes de 1817 seria mais cauteloso ganhar tempo, esperar a resolução dos acontecimentos entre Lisboa e o Rio de Janeiro, definidos entre a defesa do constitucionalismo português e uma independência contaminada pela hegemonia do Rio de Janeiro sobre as outras províncias.” (p. 104)
            Esta passagem tem relação com a Revolução Pernambucana de 1817, pois com o fracasso os sobreviventes liberais pernambucanos tiveram que ter cautela, mas depois estes conseguiram retornar ao poder novamente.
            O artigo é interessante conta sobre uma época de enfrentamento dos brasileiros contra a coroa portuguesa. Não gostei da não abordagem do liberalismo e/ou da revolução pernambucana no titulo do artigo, pois grande parte do texto fala sobre este local e acontecimento, mas o titulo do artigo sita apenas o Rio de Janeiro e Lisboa, poderia ter sido complementado um destaque de Pernambuco no referido. O texto é fácil de compreender, não apresenta palavras muito rebuscadas e é de fácil fluência. Foi enriquecedor obter mais conhecimento sobre a Revolução de 1817, do liberalismo pernambucano, dos dois centros de poder Lisboa e Rio de Janeiro, do construtivismo e do absolutismo da Coroa Portuguesa.

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