BARBOSA, Maria do Socorro Ferraz.
Liberais
constitucionalistas entre dois centros de poder: Rio de Janeiro e Lisboa. Tempo; volume 12, número 24, páginas 98-125. 2008.
Maria
do Socorro Ferraz Barbosa é bacharel e licenciada em História pela Universidade
Federal de Pernambuco (1961),realizou estudos doutorais em História pela
Universidade de Bielefeld (1975 - 1980) e doutorado em História Econômica pela
Universidade de São Paulo (1992). Atualmente é professor adjunto 2 da
Universidade Federal de Pernambuco, consultora do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico e consultora da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Tem experiência na área de
História, com ênfase em História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes
temas: elites políticas, liberalismo, sertão, propriedade e escravidão e em
Teorias da História.
O artigo discorre sobre os conflitos
entre o absolutismo e o constitucionalismo em Portugal e no Brasil, os centros
de poder Rio de Janeiro e Lisboa e o liberalismo e a Revolução em Pernambuco.
O referido artigo aborta sobre os conflitos entre o absolutismo e o
constitucionalismo tanto em Portugal como no Brasil sobre as Juntas provisórias
que foram criadas no Brasil, dentro do espírito constitucionalista da corte de
Lisboa, mas o Reino estava dividido entre dois centros de poder um no Rio de
janeiro e outro em Lisboa, mas o Rio de Janeiro começou a ganhar influência
sobre as outras províncias, pois estas reagiram à corte e se constituíram
províncias regidas diretamente por D. Pedro. Pernambuco foi uma província que
também se rebelou contra a coroa, ela foi para a região Norte o que o Rio de
Janeiro era para a região Sul, no que se trata de importância política. A
Revolução Pernambucana de 1817 fracassou, mas os sobreviventes pouco a pouco
retornaram ao poder, estes influenciados por idéias liberais enfrentaram
“problemas entre o constitucionalismo defendido pelo regente Pedro, no Rio de
Janeiro, e o constitucionalismo dos vintistas portugueses” (p.98).
Palavras-Chave: Liberalismo.
Constitucionalismo. Pernambuco. Revolução. Absolutismo
“Várias províncias, como já citado, por exemplo,
Bahia, Maranhão e Pará, inclusive por terem governadores militares, quase que
de imediato transferiram sua obediência às cortes e não permaneceram fiéis ao
Rio de Janeiro. As províncias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais
reagiram às cortes e se constituíram províncias regidas diretamente
por D. Pedro.” (p.102)
Este trecho mostra que muitas províncias eram contra o
Rio de Janeiro e a favor de Lisboa, a coroa absolutista tinha grande poder, mas
teve no Brasil a resistência de algumas províncias.
“Pernambuco representava para a região Norte a
mesma importância política que o Rio de Janeiro exercia na região Sul.” (p.104)
O Rio de Janeiro era um dos centros de poder,
por isso esta comparação mostra o quão grande era a importância de Pernambuco.
“Aos
sobreviventes de 1817 seria mais cauteloso ganhar tempo, esperar a resolução
dos acontecimentos entre Lisboa e o Rio de Janeiro, definidos entre a defesa do
constitucionalismo português e uma independência contaminada pela hegemonia do
Rio de Janeiro sobre as outras províncias.” (p. 104)
Esta passagem tem relação com a
Revolução Pernambucana de 1817, pois com o fracasso os sobreviventes liberais
pernambucanos tiveram que ter cautela, mas depois estes conseguiram retornar ao
poder novamente.
O artigo é interessante conta sobre
uma época de enfrentamento dos brasileiros contra a coroa portuguesa. Não
gostei da não abordagem do liberalismo e/ou da revolução pernambucana no titulo
do artigo, pois grande parte do texto fala sobre este local e acontecimento,
mas o titulo do artigo sita apenas o Rio de Janeiro e Lisboa, poderia ter sido
complementado um destaque de Pernambuco no referido. O texto é fácil de
compreender, não apresenta palavras muito rebuscadas e é de fácil fluência. Foi
enriquecedor obter mais conhecimento sobre a Revolução de 1817, do liberalismo
pernambucano, dos dois centros de poder Lisboa e Rio de Janeiro, do construtivismo
e do absolutismo da Coroa Portuguesa.
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