MICHELET, Jules. Prefácio para a história da França,
para a edição de 1869. (Texto relatado por J. EHRARD e G. PALMADE, L’ Histoire,
Armand Collin, 1965, p.261-265).
Neste
prefácio, Michelet mostra que a história contada por homens eminentes com uma
visão única, não é suficiente para escrever a história da França, pois tudo
influência na história, pois vivemos em um organismo que cada órgão faz com que
este funcione.
Este
texto de apenas 5 paginas tem como foco narrativo a construção da história da
França e as novas ideias de Michelet sobre esta questão.
Michelet
neste prefacio conta que na França não havia uma história e sim anais, onde
homens eminentes escreviam a história de um ponto de vista único visando a
politica, a raça, as leis e não as ideias, os costumes, o clima, o solo, os
alimentos, os grandes movimentos progressistas, o interior da alma nacional, tantas
circunstâncias físicas e fisiológicas. Pois para ele tudo influi sobre tudo e
para encontrar a vida histórica seria preciso segui-la pacientemente em todos
os seus elementos.
Os
homens eminentes são considerados como fracos pelo autor, pelos motivos citado
no paragrafo anterior, ele ainda considera que estes escrevem uma história
pouco curiosa do pequeno detalhe erudita, onde o melhor continuava enterrado
nas fontes inéditas.
Para
Jules Michelet ao penetrar cada vez mais no objeto, acabamos amando-o e assim
veremos de uma maneira diferente, com um interesse crescente, pois o coração
comovido a segunda vista vê mil coisas invisíveis ao povo indiferente. A
história e o historiador misturam-se neste olhar.
Realmente
o autor tinha uma visão inovadora, este deu importância às fontes inéditas ou
como chamamos hoje não convencionais, deu importância em construir uma história
completa e não uma com visão única, que é o que ocorreu muito no Brasil e em
outros países. Mas muitos historiadores começaram principalmente
contemporaneamente a construir uma história mais completa, levando em conta
vários aspectos sociais e ambientas.
Jacques Le Goff historiador
francês publicou artigos sobre as
universidades medievais, o trabalho, o tempo, as maneiras, as imagens, as
lendas e etc., ele é especialista em História da Idade Média e em seus livros e
publicações já descreveu este período de diversas formas, assim a ideia de Goff
esta próxima a de Michelet em construir uma história completa.
Este texto é de muita importância
principalmente para os acadêmicos de história, pois estes iram escrever a
história, seja em suas monografias ou em sua profissão no caso dos bacharéis. Mas
isso não quer dizer que não será útil para outros cursos, até mesmo o professor
de história poderia utilizar este texto em sala de aula do ensino médio para
despertar um senso critico de como a história esta sendo escrita, analisando a
própria história do município, estado ou do país.
Jules
Michelet (1798 – 1874) foi um “historiador francês nascido em Paris,
considerado um dos maiores historiadores de todos os tempos, conhecido como o
primeiro historiador a afirmar que não eram as grandes personalidades e sim o
povo os agentes das mudanças sociais, originando os ideais da revolução
francesa. Filho de um tipógrafo modesto, nasceu pouco após a Revolução
Francesa, que marcou a transição da Idade Média para a Modernidade. Começou a
escrever seus primeiros livros antes mesmo de se formar em letras em 1817 e
começar a lecionar na escola preparatória. Nomeado diretor do setor de história
dos arquivos nacionais em 1834, passou a ensinar no Collège de France em 1838.
Perseguido por suas ideias liberais e por seu posicionamento contrário ao
segundo império, acabou preso em 1851 e perdeu os cargos públicos. Voltou-se,
então, inteiramente ao trabalho de historiador até seus últimos dias, em Hyères.”
Algumas de sua obras são: Obras escolhidas de Vico (1835, em 2 volumes), tradução de Scienza Nuova de
Giambattista Vico de 1744;as Memórias de Lutero escritas por ele mesmo,
que Michelet traduziu e pôs em ordem (1835);as Origens do direito
francês (1837);História romana: república (1839);O
Processo dos Templiers (1841), segundo volume em 1851.1843, Dos
jesuítas, em colaboração com Edgar Quinet ;1844, Do padre, da
mulher e da família;1845, O povo.1862; A feiticeira (La
sorcière ) e entre outras.
Romário
Andrade de Jesus acadêmico do Curso de Licenciatura em História da Universidade
Federal de Sergipe (UFS)
Referências:
Jules
Michelet, encontrado no site: www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_2425.html;
Jules MIchelet, encontrado no
site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jules_Michelet
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